Aula 5 - Digestão em herbívoros: Fermentação

   Como já sabemos, herbívoros são aqueles animais que se alimentam basicamente de vegetais, ou seja, sua principal fonte de energia são os glicídios (celulose, amido, hemicelulose e pectina). 

   Nenhuma enzima presente no organismo dos animais é capaz de digerir a celulose, por esse motivo, a digestão realizada por eles é mediada por enzimas de origem microbiana, através da fermentação. 
A partir da fermentação, alguns componentes, como por exemplo, as proteínas, os lipídios, os carboidratos e os nucleotídeos são metabolizados, sendo transformados em ácidos graxos voláteis (AGV) e aminoácidos, gerando a amônia (NH3).

  Classificação das bactérias: (é feita a partir da matéria que elas degradam)

• celulolítica
• hemicelulolítica
• pectinolítica
• lipolíticas
• ureolíticas
• amiolíticas
• proteolíticas

   Os microrganismos envolvidos, irão estabelecer uma relação de simbiose com o animal, uma vez que ambos se beneficiam durante a digestão.

  

   Pode-se separar a categoria de herbívoros em dois grupos, de acordo com as características de seus tratos digestórios:

• Herbívoros monogástricos: os animais dessa categoria, realizam sua digestão principalmente no ceco e no cólon. O ceco é o local que irá garantir as condições necessárias para a proliferação dos microrganismos bacterianos, servindo como uma câmara fermentativa. Exemplos de animais: cavalos, coelhos, lebres.

• Herbívoros poligástricos: os animais dessa categoria, possuem um estômago complexo, dividido em quatro compartimentos: rúmen, retículo, omaso (realizam a digestão microbiana e ações mecânicas) e abomaso (realiza a digestão propriamente dita).

O alimento é mastigado na boca e enviado para o primeiro compartimento, o rúmen. Quando o rúmen estiver cheio, o alimento retornará para a boca e será deglutido novamente, indo para o rúmen e depois passando para o retículo, que atua como um controlador dos movimentos da ruminação, depois vai para o omaso, sendo posteriormente encaminhado ao abomaso, que será responsável pela ação química do suco gástrico.

Condições básicas para a ruminação:

• Estase: Momento em que ocorre a pausa do alimento nas câmaras.
• Anaerobiose: É necessário que o ambiente seja restrito de oxigênio, para que as bactérias, que em sua maioria são anaeróbias, possam atuar.
• pH quase neutro: entre 6,5 e 7,5. Essa característica é mediada pela saliva, pois ela contém bicarbonato, que é uma substância tamponante.
• Fornecimento adequado de substrato: Para que ocorra a ruminação, precisa haver disponibilidade de alimentos, que posteriormente serão ingeridos e sofrerão esse processo.
• Remoção regular e eficiente de substâncias tóxicas ao sistema fermentativo: Como por exemplo a amônia e o excesso de CO2. Esses gases são eliminados pela boca, através da eructação (popularmente falando: arrotos rs).

   

   Geração de energia a partir da digestão:

   Como já foi dito, os vegetais, são ricos em celulose, amido, hemicelulose e pectina, esses componentes são transformados em piruvato e posteriormente são convertidos em acetato, butirato e propionato, que são ácidos graxos, através da via glicolítica.